terça-feira, 13 de novembro de 2018

Desemprego estrutural


Taxa de informalidade de novos ocupados chega a 74% em pesquisa Dieese

Publicado em 13/11/2018 - 19:12
Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil São Paulo







A taxa de informalidade entre as pessoas que entraram no mercado de trabalho atingiu 74,2% de 9,4 milhões de pessoas que começaram a trabalhar no segundo trimestre. O valor é muito maior do que os 39% de informalidade em relação ao número total de pessoas empregadas no país, que são 91,2 milhões de ocupados. Os dados foram divulgados hoje (13) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

De acordo com o Dieese, a maioria das pessoas que entraram no mercado de trabalho está em ocupações informais - Valter Campanato/Agência Brasil

O saldo final foi de 600 mil trabalhadores a mais no mercado de trabalho, passando de 90,6 para 91,2 milhões, na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2018. A rotatividade, no entanto, continua alta: 8,8 milhões que estavam ocupados ficaram desempregados ou saíram da força de trabalho, em contraposição aos 9,4 milhões de inativos ou desocupados que conseguiram trabalho.

A conclusão do Dieese é que a maioria dessas pessoas que entraram no mercado de trabalho no segundo trimestre ingressou em trabalhos precários: maior informalidade, menor cobertura previdenciária, ocupações típicas de uma economia com baixo dinamismo (especialmente para as mulheres) e rendimentos inferiores à metade do mercado de trabalho em geral.

“Mais do que o estreitamento das oportunidades para os novos trabalhadores, o movimento descreve a falta de fôlego da economia brasileira para proporcionar, no curto prazo, alternativas mais estruturadas de trabalho, devido à fraca recuperação e a ausências de perspectivas melhores para o próximo período”, divulgou o instituto de pesquisa.

Setor privado
Dos “novos ocupados”, 22,6% (2,1 milhões) foram contratados sem carteira pelo setor privado e 16,8% com carteira também pelo setor privado. A maior parte desses novos ocupados, 34,6% (3,3 milhões), foram trabalhar por conta própria, a maioria (86,2%) sem formalização – só 14% contribuiu para a Previdência.

Uma em cada cinco mulheres (20%) foi contratada como empregada doméstica no segundo trimestre, a maior parte sem carteira (887 mil), enquanto apenas 78 mil tiveram a carteira assinada. Cerca de 30% das mulheres que entraram no mercado de trabalho foram trabalhar por conta própria. Entre os homens, entre os maiores índices, estão os 39,2% que foram trabalhar por conta própria (1,8 milhão) e os 30% sem carteira assinada (1,3 milhão).

Dos “novos ocupados” nas categorias de trabalho por conta própria, 71% concentraram-se em 20 ocupações, a maior parte ligada a atividades manuais ou de prestação de serviços e vendas. O Dieese destaca os vendedores a domicílio (281 mil), agricultores (276 mil) e pedreiros (275 mil). Também aumentou a participação em ocupações que, segundo o instituto de pesquisa, geralmente crescem em períodos de baixo dinamismo econômico, como condutores de automóveis (88 mil) e vendedores ambulantes (77 mil, de alimentação, e 59 mil, os demais).

Salário
O rendimento médio desses trabalhadores que acabaram de conseguir uma vaga, no segundo trimestre, equivale a menos da metade do que é pago no mercado de trabalho, segundo o Dieese. Enquanto os ingressantes recebiam cerca de R$ 1.023, o mercado oferecia em média R$ 2.128 para o total de ocupados.

Os jovens, tradicionalmente, têm rendimento menor do que o recebido por aqueles com mais idade. Em algumas situações, chegam a ganhar apenas 65% do rendimento dos trabalhadores de 60 anos ou mais (R$ 857 ante R$ 1.318). Mais da metade (53%) dos “novos ocupados” tinha jornadas inferiores a 40 horas semanais. Desses, 35% disseram que gostariam de trabalhar mais horas.
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Edição: Davi Oliveira

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Não desperdiçar comida


Ministério seleciona projetos que combatem o desperdício de alimentos
Inscrições podem ser feitas até amanhã pela internet
Publicado em 25/10/2018 - 17:15
Por Agência Brasil Brasília


O Ministério do Meio Ambiente está recebendo inscrições de projetos e boas práticas que evitam perda e desperdício de alimentos. O prazo para envio das iniciativas é amanhã (26), às 18h. A inscrição pode ser feita pelo formulário online.





Arroz e Feijão são os alimentos mais desperdiçados no país - Antonio Cruz/ABr

Serão escolhidas as três melhores iniciativas para cada categoria do edital: produção, pós-colheita, processamento, comercialização e consumo. As propostas vencedoras serão divulgadas nas mídias eletrônicas do Ministério, vão receber certificado de reconhecimento e integrar a base de dados da pasta.

A chamada pública é aberta para pessoas físicas, instituições registradas no Brasil, instituições pertencentes às administrações públicas municipal, estadual e federal, direta ou indireta; instituições de pesquisa e/ou tecnologia e instituições privadas, com e sem fins lucrativos.

As iniciativas avaliadas como as que promovem maior aproveitamento de comida no Brasil também vão participar de seminário em Brasília, durante a Semana Nacional de Conscientização da Perda e Desperdício de Alimentos 2018, que será realizada de 5 a 11 de novembro.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), mais de 30% – aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas – da produção de comida do mundo vai para o lixo. No Brasil, o volume de desperdício, em 2013, chegou a 26,3 milhões de toneladas de alimentos. Produtos como arroz, milho, tomate e cebola são os mais desperdiçados no país.

A iniciativa de promover as boas práticas tem o objetivo de atender os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que tem como uma de suas metas reduzir pela metade o desperdício de alimentos per capita mundial, desde a etapa de produção até o abastecimento e consumo, incluindo as perdas pós-colheita. Outra meta da chamada Agenda 2030 é erradicar a fome.

Ao promover as boas práticas, o governo brasileiro busca implementar a Estratégia Intersetorial para a Redução de Perdas e Desperdício de Alimentos no Brasil, elaborada pelo Comitê Técnico de Perdas e Desperdício de Alimentos, no âmbito da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, do qual faz parte o Ministério do Meio Ambiente.
Edição: Maria Claudia